
Com índices cada vez maiores de adoecimentos mentais, como Burnout, ansiedade, depressão e estresse, as empresas e o Governo Federal, por meio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), deverão ficar mais atentos aos ambientes laborais.
Em maio deste ano, entra em vigor a portaria nº 1.419, de 27 de agosto de 2024, que atualiza a legislação brasileira de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e inclui os riscos psicossociais no rol de procedimentos que as instituições deverão acompanhar.
O foco está nos ambientes tóxicos (aqueles que apresentam situações de assédio, sobrecarga de trabalho, metas excessivas, isolamento, dentre outros) e os setores de teleatendimento, instituições bancárias e estabelecimentos de saúde serão o foco inicial das autoridades, pois apresentam ambientes com altos índices de adoecimento mental. Vale destacar que a portaria é válida para todas as empresas, com algumas exceções, dependendo do porte, número de funcionários e a área de atuação.
Para se ter uma ideia, a pesquisa Atitudes sobre benefícios 2024, realizada pela agência WTW, no Brasil, constatou que 43% dos trabalhadores apresentam sintomas de ansiedade ou depressão. Entre aqueles identificados como não saudáveis mentalmente, 41,5% se sentem esgotados e o engajamento para as atividades não chega a 22%.
Outra pesquisa, realizada com participantes do Congresso Nacional de Gestão de Pessoas (Conarh - 2023), em São Paulo, apontou que a ansiedade lidera como a doença que mais afasta os colaboradores do trabalho na opinião dos entrevistados, sendo percebida em 51% dos casos; depressão é a segunda causa, com 17%; estresse em terceiro lugar, com 16%; e a síndrome de Burnout, sendo a responsável por 14% dos afastamentos.
Para reverter o quadro, medidas como a implementação de um canal de comunicação interna, escuta ativa, estímulo à diversidade, feedbacks e respeito mútuo colaboram para o cumprimento da nova legislação e um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. O intuito é que com a nova portaria em vigor as instituições consigam mapear, monitorar e desenvolver um plano de ação para mitigar a incidência dos danos nos(as) colaboradores(as).
Para profissionais da área, o Curso de Psicodinâmica do Trabalho, com início de turma previsto para março de 2025, pode ajudar a compreender toda a dinâmica deste processo. Para empresas, o Instituto Trabalhar oferece o programa PGR - Riscos Psicossociais com treinamentos, mentorias e consultorias personalizadas para auxiliar no alinhamento à nova legislação.
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